Pobre de espírito

Sei que aos olhos de muita gente vou parecer alguém sem coragem, uma desistente que resolveu escolher o caminho mais fácil e que se acobardou... Secalhar é mesmo isso, mas não há como inverter a vontade que tenho em vos falhar. Pois bem, a fertilidade da minha imaginação não me poupa, e consequentemente, consigo adivinhar a vossa reacção quando a minha presença for nula, prevejo os comentários frios e injustos que serão ditos, fecho os olhos e vejo a minha imagem a deformar-se na vossa cabeça, a tomar um aspecto feio como um ser que fracassou e que nunca voltou ao que era. Lamento isso, mas lamento mais o que me têm feito. O vosso lado crítico, a vossa falta de compreensão, a vossa insuportável nostalgia e a vossa necessidade em constatar defeitos irreversíveis faz-me perder a vontade de viver naquilo a que chamo, e sempre chamei, 2ª casa.

Morro de saudades da minha querida ingenuidade, poupava-me de certas coisas...