01 outubro, 2011
Ainda
Estas quatro paredes engolem-me, este chão começa a quebrar-se, os meus olhos cospem o tal líquido nostálgico e a tua fotografia desgasta-se com os meus beijos e com a erosão do tempo. As minhas mãos tremem ao escrever para ti, frágeis e secas, como as folhas do outono que já cá mora. As letras saem tortas e tremidas, que se assemelham à escritora desequilibrada e inconstante... a culpa é tua... corres sem saber para onde vais, vestes esse teu lado insensível e fugitivo, e eu, sonhadora, nua, sem insensibilidade que me vista, espero por ti e coso a esperança que me tem mantido quente. Talvez ainda saibas o caminho de volta para casa.
Infelizmente, o tempo não me cura, o tempo voa de mãos vazias e não te leva, continua a deixar-te colada a mim, e eu vou aprendendo a transportar-te para todo o lado, a que o teu sangue se misture com o meu e que a tua cabeça tenha influencia na minha. Ainda não te perdi totalmente. Ainda...
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Percebo essa tua escrita tremida, como fosse eu mesma a escreve-la. Apesar, da tristeza e talvez, até da dor, que deixas nelas, que não é nada bonito nem saudavel, de se sentir... Ou até, ter que chegar a este cominho de desabafo desesperado... Adorei. O tempo cura, mas não esquece. Ou esquece e não cura. Ficarei à espera do proximo, Raquel :) UM BEIJO ENORME*
ResponderEliminarrevelas boa qualidade de escrita, ainda que o sentimento predominante seja a dor, suponho. gostei da suposição «ainda». usaste-a como se o pior ainda estivesse para acontecer, ao mesmo tempo que nessa mesma suposição tenhas colocado uma pequena esperança. força.
ResponderEliminarum beijinho