Acerca de mim

01 agosto, 2011

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(Lápis, papel e apenas a luz do telemóvel )


Escrito na madrugada passada, às 03:08h:

Escrevo-te esta noite a pedido de uma cabeça obcecada e perdida pela tua imagem, de um corpo carente e necessitado do teu, de uns dedos teimosos que ansiavam escrever e de um coração inquieto que apenas bate por ti. E apesar das condições não serem as melhores, tive de o fazer, tive de dialogar contigo desta maneira muda mas tão verdadeira, precisava de traduzir em algo legível aquilo que há muito o meu corpo grita e tanto deseja. É uma felicidade que sufoca se não for partilhada, é um prazer sem efeito se não o manifestar, é um amor demasiado grande para ficar retido nesta alma de que tu dizes ser de artista.
A verdade é que estou cansada mas metade de mim mantêm-me desperta. És tu. O ser que habitou em meia alma, que criou raízes inquebráveis e que nas noites silenciosas se torna revoltoso e que me possui de uma carência absoluta e inimaginável. Sinto-me uma viciada em mimos, uma apoiante nata das verdades incontestáveis , uma adepta incansável do amor puro - aquele tão raro de se encontrar por aí. Toda eu estou consumida pela tua perfeição, por esse alimento emocional que adquires e que partilhas comigo, pelas tuas palavras marcantes e por todos o momentos memoráveis quando fisicamente nos juntamos. Atacas em profundidade, e por isso, conheces-me melhor que ninguém, viajas no meu intimo e aos poucos vais descobrindo em que consiste a minha complexidade, ou mesmo simplicidade. E até bem à pouco tempo atrás, o coração fora uma função trivial exercida algures nas minhas entranhas, mas discreta. Um músculo que pulsava mas que me deixava indiferente... porém, tu mudaste tudo isso, deixei de o agarrar no peito e permiti que fugisse para as tuas mãos, deixei de ter medo que alguém me dominasse, e neste momento, posso dizer que tratas melhor dele do que eu própria.
Por fim, quero apenas deixar-te consciente que as saudades me vão matando aos poucos, e hoje ainda mais, pois nem por telemóvel te posso desejar as boas noites. E para o realçar deixo aqui uma citação que já sei de cor de Rita Ferro que, na minha opinião, se adequa perfeitamente ao que sinto : "Era por isso que o telefone e o coração se tornavam cúmplices tão rapidamente: se um tocava o outro vibrava , se um se calava o outro sangrava."
Se o amor é uma arte, nós somos dois grandes artistas.

1 comentário:

  1. Oh Raquel, nem tenho palavras para descrever o que aqui escreveste. Está fantástico e super apaixonante! Adorei, sem qualquer duvida. Muitos beijinhos.

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