
Desde já, peço desculpa . Pela minha fraqueza, pela minha forma errada de lidar com tudo isto, sobretudo contigo. Eu sei que te parece muito tempo, mas a mim parece-me pouquíssimo... tempo esse em que atraquei de uma viagem longa e arriscada, em que pisei de novo terreno firme, um porto seguro, em que a segurança dependia só de mim.
Estava longe de pensar que tão rapidamente outro barco viria ao meu encontro, convidando-me a entrar, sem referir qualquer tipo de destino.
Digo-te com toda a franqueza, como sempre fiz contigo, que estou enjoada do mar, das ondas, daqueles altos e baixos que me deixavam instável e repreensiva. Não queria passar por tudo outra vez, não já... contudo, esse teu barco é diferente.
Tenho medo de cada dia que passa, de cada segundo em que me prendes mais a ti, de todas as tuas palavras que me vão agradando cada vez mais. Medo de me tornar refém da palavra "nós".
Não foi fácil desprender-me das amarras do passado (ao contrario do que te tenho dito), a chave da minha liberdade nem sempre esteve à vista desarmada. Tentei procurá-la, reuni todas as minhas forças nessa procura, contudo, só o tempo a pôs diante dos meus olhos. Grandioso tempo que decidiu dar-me uma ajuda.
Posso dizer que estou livre, que o meu ex-amor está morto e enterrado e que levou com ele todo o mal que me fez. Porém, não sei se estou totalmente recuperada, se tenho forças para começar uma nova viagem; não sei se o tempo me ajudará desta vez se por acaso um naufrágio se suceder e eu me encontre perdida, de novo. Confio em ti e no teu barco, mas não confio nas marés.
Hoje fugi de ti porque não aguentei ver o meu coração nas tuas mãos. É incrível como o conseguis-te. Perdi a minha independência para me tornar dependente de ti, perdi o meu orgulho ao escrever-te isto, e o que eu mais temia: perdi a minha liberdade pois já sinto que me roubas-te um pouco de mim.
Agora, também eu , não tenho nada a esconder. Somos almas nuas, despidas de preconceito, sem mais confissões a fazer.

Onde me queres levar?
lindo!
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