O coração que já se encontrava tão perto da superfície, expectante e incontrolável , corrompe finalmente a pele e junta-se a outro. Ou mesmo o mais solitário, acaba por descobrir quem possui a sua chave e liberta-se, à medida que o gelo se derrete, e se torna num mar de emoções.
Tornamo-nos num corpo cheio de nada, mas ao mesmo tempo cheio de tudo, pois tudo o que somos oferecemos a outrem e esse em troca dá-nos a sua alma que nos preenche a vida. Fazemos tudo por e para ele, sem destingir o correcto do incorrecto, o absurdo daquilo que faz sentido , o possível do impossível.. Achamos que tudo está ao nosso alcance desde que ele esteja do nosso lado, supreendemo-nos a nós próprias todos os dias graças a ele e graças ao amor.
Sonhamos. Fazemos planos para o futuro e emolduramos momentos marcantes na nossa memória. O desejo de estar perto toma conta de nós enquanto estamos longe e transforma o nosso respirar num respirar latejado de desejo que torna as saudades mais intensas e sufocantes. São inúmeros pensamentos de beijos na boca, nos olhos e no rosto, ou apenas um momento de nudez de almas, capazes de se amarem incondicionalmente.
Os olhares dizem muito, as palavras fogem e paira um silencio no ar, não um silencio espesso como uma nódoa, mas sim um silencio que revela mais que frases , mais que tudo. E é nas noites mais geladas, tais como estas de inverno, que imagino braços incógnitos a vestirem o frio dos meus ombros.
É tudo tão rápido e eficaz , tão absurdo e cego... porém, tão perfeito.

"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."
o texto está lindíssimo! adorei, Raquel!
ResponderEliminarlindo ;) absolutamente fantástico, escreves como quem pensa! parabéns sabes bem o quanto te admiro por isto
ResponderEliminarAdorei o texto está lindo! :)
ResponderEliminarVou seguir*