Acerca de mim

26 fevereiro, 2011

Armadilha

Não há ser humano que consiga evita-lo. Aqueles a quem o coração se esconde por trás da camada mais fina, tocável por todos e sensível a tudo, ou mesmo quem o fecha a sete chaves e o mergulha em gelo. Sensíveis ou insensíveis, todos o ambicionam. Todos de uma maneira ou de outra caiem no seu abismo, não encontrando caminho que o possa contornar. Faz parte da vida. Faz parte da experiência de qualquer pessoa, de qualquer ser que tenha cabeça, e que inevitavelmente, se deixe domar pelos seus encantos. Pois... o amor. O singelo e tão complexo amor que nos afunda à medida que nos tornamos seus reféns.
O coração que já se encontrava tão perto da superfície, expectante e incontrolável , corrompe finalmente a pele e junta-se a outro. Ou mesmo o mais solitário, acaba por descobrir quem possui a sua chave e liberta-se, à medida que o gelo se derrete, e se torna num mar de emoções.
Tornamo-nos num corpo cheio de nada, mas ao mesmo tempo cheio de tudo, pois tudo o que somos oferecemos a outrem e esse em troca dá-nos a sua alma que nos preenche a vida. Fazemos tudo por e para ele, sem destingir o correcto do incorrecto, o absurdo daquilo que faz sentido , o possível do impossível.. Achamos que tudo está ao nosso alcance desde que ele esteja do nosso lado, supreendemo-nos a nós próprias todos os dias graças a ele e graças ao amor.
Sonhamos. Fazemos planos para o futuro e emolduramos momentos marcantes na nossa memória. O desejo de estar perto toma conta de nós enquanto estamos longe e transforma o nosso respirar num respirar latejado de desejo que torna as saudades mais intensas e sufocantes. São inúmeros pensamentos de beijos na boca, nos olhos e no rosto, ou apenas um momento de nudez de almas, capazes de se amarem incondicionalmente.
Os olhares dizem muito, as palavras fogem e paira um silencio no ar, não um silencio espesso como uma nódoa, mas sim um silencio que revela mais que frases , mais que tudo. E é nas noites mais geladas, tais como estas de inverno, que imagino braços incógnitos a vestirem o frio dos meus ombros.
É tudo tão rápido e eficaz , tão absurdo e cego... porém, tão perfeito.


"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."

3 comentários:

  1. o texto está lindíssimo! adorei, Raquel!

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  2. lindo ;) absolutamente fantástico, escreves como quem pensa! parabéns sabes bem o quanto te admiro por isto

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  3. Adorei o texto está lindo! :)
    Vou seguir*

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