Acerca de mim

10 setembro, 2010

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De todas as coisas que eu já te possa ter feito, fi-las por necessidade, porque precisava de tempo para me perceber a mim própria, para decifrar os meus pensamentos e para dar um nome ao que vagueia pelo meu sistema nervoso e pelo meu coração. Nunca o fiz por prazer, ou por gostar de assistir ao teu sofrimento melo-dramático. Na verdade, odiei ter de me sentar na 1ª fila, e tu sabes disso. 
Contudo, quando tudo já estava esquecido e apagado, fizes-te questão de subir a cortina de novo, acender as luzes, e apontar todos os focos para mim.
Desta vez, a assistência é preenchida por ti, e o palco vazio, acolheu-me com todo o seu mistério e dimensão. Olho para ti, e aparentas estar bastante satisfeito com o papel que tu próprio me concebeste, e que anteriormente foi teu. Os teus olhos têm em si um enorme prazer patente, em ver que estou a sentir na pele a dor que tanto te é familiar.
Eu sei. Eu sei que me puses-te neste lugar de propósito, e há medida que vou interpretando o meu papel de protagonista, vou-me apercebendo cada vez mais disso.
Talvez a memória te falhe, ou talvez a tua atenção está toda concentrada em mim, e na minha dor, incapacitando-te de veres o que é óbvio, mas se bem te lembras, coragem não me falta, e quando já não tiver saliva para mais guiões da tua autoria ou fôlego para mais encenações, posso muito bem, apagar as luzes, fechar as cortinas, e retirar-me do palco.

3 comentários:

  1. força raquel :)
    mostra-lhe tudo isso

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  2. ADOREI! coragem, um poder tão forte que nem todos têm a capacidade de a possuir.

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